Quem matou Jesus

Jesus foi vítima da administração romana, Jesus não foi crucificado por crimes contra o judaísmo, mas por crimes contra o império.

 Foi o império Romano que o prendeu, torturou e colocou-o numa cruz. A Páscoa judaica que tem significado religioso para os judeus era uma passagem, que vem da origem judaica da palavra Pesaḥ ou Pesach, que os judeus comemoram a saída da escravidão egípcia e a chegada a terra santa.

Os ritos foram adaptados, mas é importante saber que a famosa ceia de Jesus (o quadro de Da Vinci) e a própria Páscoa são festas de origem judaica, e o cálice de Elias o qual Jesus pega para tomar o vinho, era o cálice destinado ao Messias, e os discípulos entenderam quando fez este gesto.

A sexta-feira santa, entretanto é a parte fundamental da passagem, pois a morte e o grito do filho de Deus, que na cruz não chama mais o Pai, mas diz “Meu Deus, Meu Deus porque me abandonastes”, chave de leitura da mística cristã Chiara Lubich, “Jesus Abandonado”, eis o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ali ele se funde com a humanidade, o Jesus histórico.

Jesus expulsa furiosamente os vendedores de animais e comerciantes instalados nos arredores. “Não façam da casa de meu Pai um mercado!”, bradava.

Os comerciantes faziam parte da estrutura de arrecadação do Templo. Seus animais eram vendidos para sacrifícios a preços inflacionados: os sacerdotes só aceitavam pombos e bodes “puros”, justamente os comercializados lá mesmo. E os cambistas trocavam as várias moedas que os visitantes traziam pela única aceita pelo Templo, o shekel.

Esse dinheiro, junto com os impostos anuais que os sacerdotes cobravam de todo judeu adulto, faziam do Templo mais do que uma igreja.

Na prática, ele era o Banco Central da Judéia. Chegava a empregar 18 mil homens em seu processo interminável de reconstrução e guardava fortunas.

Era nesse vespeiro que Jesus estava mexendo. Para quem, como Ele, pregava uma sociedade igualitária, baseada na ajuda mútua e na distribuição de bens, a lambança orçamentária do Templo simbolizava tudo o que o Nazareno sempre combateu. Sua atitude não podia ser mais coerente. E planejada: Jerusalém festejava a Páscoa, o aniversário da fuga do Egito liderada por Moisés 1 400 anos antes.

Nessas comemorações, o Templo recebia entre 200 mil e 300 mil visitantes de toda a Judéia. “Era a época mais propícia para levantes”,

Não tinha como a atitude de Jesus não chamar a atenção dos responsáveis pelo Templo.

Em 63 AC, Pompeu, o romano (63-48AC) invade e toma Jerusalém, inicia-se assim a dominação romana
que se estenderá além do “período biblico”, o qual termina nos inícios do 2º século da “era cristã” quando a Bíblia praticamente fica concluída

Eles o prendem, o acusam de ter dito que destruiria o Templo – segundo os Evangelhos e o condenam à morte com a desculpa de que o Nazareno insistia em se afirmar como Messias durante o interrogatório. Executado, o agitador seria mais um a servir de exemplo de que não se deve mexer com a elite.

“Mas o direito de aplicar a pena de morte tornara-se exclusividade dos romanos”.

Diante dessa limitação, os chefes religiosos tinham só uma saída: entregar Jesus ao poder romano, mas com a recomendação que já conhecemos.

Ao aceitar a determinação para executar Jesus, os romanos só estavam fazendo aquilo que sabiam melhor. Matar? Não, manter a estabilidade do Império. “Como as legiões não podiam dar conta de duas ou três grandes rebeliões ao mesmo tempo, Roma governava em conluio com as elites locais”

Tanto os sacerdotes quanto Herodes Antipas, empossado pelo Império para governar a periferia da Judéia, podiam coletar impostos para si, desde que mantivessem o povo satisfeito com os romanos e dessem ao César parte da arrecadação.

Então Pilatos não teria por que pensar duas vezes antes de executar um desconhecido a pedido dos judeus. O fato de o acusado ser ou não inocente não teria importância. Seu dever era evitar atritos com os líderes judaicos, garantindo que nada atrapalhasse o fluxo de impostos para a capital.

Se driblar problemas com a elite era a chave da dominação, eliminar qualquer ameaça de revolta popular era a essência. Nesse regime, agitadores como Jesus não duravam muito.

Os romanos tinham ali um líder que, de acordo com os sacerdotes, se dizia maior que Moisés e se anunciava como Rei dos Judeus. “Era um discurso explosivo. Não podia ser visto apenas no sentido religioso, a que eles não davam a mínima, mas também no político”.

Por que, então, o procurador romano aparece na Bíblia preocupado em defender a inocência do acusado? “O que está em jogo ali é a absolvição de Pilatos”

As primeiras “biografias oficiais” de Jesus foram escritas bem depois de sua morte, e por autores que nunca viram o Nazareno. Alguns historiadores acreditam que um dos documentos que podem ter inspirado o Novo Testamento – conhecido como o Evangelho de Pedro –, foi escrito na década de 40, dez anos depois da crucificação. Era outro cenário, que influenciaria para sempre a imagem de Pilatos nos textos canônicos.

No ano 39, Calígula assume o trono em Roma. Insano e vaidoso, exigiu que o governador romano da Síria, Petrônio, instalasse uma estátua dele em pleno Templo de Jerusalém. Para evitar a profanação, milhares de judeus ameaçaram barrar as tropas romanas com seus próprios corpos. Petrônio então sucumbiu: disse que arriscaria sua vida, mas não cumpriria a ordem. Virou um santo vivo para os judeus. Nessa breve lua-de-mel romano-judaica seria escrito o Evangelho de Pedro. “Nesse livro, Pilatos é igual a Petrônio. Ele parece inocente e até a favor de Jesus”.

E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os Santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo. Daniel 7

Mt 5,17-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17“Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas”. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem que tudo se cumpra.
19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.

A ELE E POR ELE SERÁ DADO TODA A HONRA E TODA A GLÓRIA PARA SEMPRE

AMÉM