“Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve”.
“Não me julgue pela aparência, mas sim por minhas atitudes, são elas que comprovam o quão diferenciado sou dos demais.”
Aqui nos acena a máxima do Cordeiro: “Não julgueis para que não sejais julgados”.
Mas, julgados por quem? Por um Deus Misericordioso e Santo, além da vida? O Cordeiro é o ápice da Sabedoria, portanto deixa nas entrelinhas a reflexão: “Quando julgas o outro, torna-te conivente com o juízo que fazeis.
Com o melhor ou pior que vedes no outro, transmutando energias de tal forma a te tornares esse melhor ou pior”. Ou seja, nos tornamos o outro quando o julgamos. Portanto, o pior do outro na verdade está em nós, como reflexo daquilo que realmente somos. Colocar-se num patamar superior ao nosso próximo é um dos atos mais arrogantes e mesquinhos que praticamos.
Colocamos assim sobre os nossos ombros um laudo precoce de auto-condenação, o pior do outro passa a estar em nós, nos tornamos herdeiros de todo julgamento que fazemos. Só o ódio condena, pois o amor é um diferencial de Luz que nos acena além da forma (art. 042).
O Lobo e o Cordeiro não são extremos de uma dicotomia terrena ou divina, mas sim elos de uma corrente de sabedoria, que nos permite viajar além das limitadas amarras da razão. Se fôssemos julgados de forma incisiva pelo mal e pela ingratidão dos nossos atos, talvez nenhum de nós pudesse exigir libertação. Estou entre aqueles que acreditam na força da humildade e vejo a gratidão como a mais autêntica oferta diante da Vida.