A perseguição da Bíblia

No século 14, um padre católico chamado John Wycliffe era professor altamente educado em Oxford.

Ele leu a Bíblia nas línguas originais; hebraico e grego. Ao ler a Bíblia, ele comparou-a com a igreja de seu dia e percebeu que os dois não se alinhavam.

Não havia nenhuma base bíblica para um Papa e para o punho de ferro da Igreja Católica usado para controlar os membros.

Então John Wycliffe fez algo revolucionário e que era ilegal.

Ele teve a audácia de traduzir a Bíblia para o Inglês. A Igreja Católica ordenou-lhe para não fazer a tradução, mas ele perseverou.

Ele foi preso e acusado de heresia. Ele foi removido de seu cargo de professor na Universidade de Oxford e despojado de todos os seus direitos.

Desolado, ele morreu de um acidente vascular cerebral, alguns anos depois, enquanto ele estava pregando a um pequeno grupo de cristãos.

Quarenta e quatro anos depois que ele morreu, ele ainda era tão odiado pela Igreja que o Papa ordenou que seu corpo fosse exumado.

Seu corpo foi queimado junto com seus livros e Bíblias e suas cinzas foram aspergidas sobre o rio Tâmisa, em Londres.

Os inimigos de John Wycliffe comemoraram: “Wycliffe está morto e esquecido”.

Mas se você está segurando uma Bíblia em sua mão hoje, foi graças a John Wycliffe, esta é a colheita que John Wycliffe deixou para nós.

Ele nunca viu em sua vida, mas ele foi fiel ao plantar as sementes da Sabedoria.

 No ano de 1215, o papa Inocêncio III emitiu uma lei ordenando “que devem ser presos para interrogatório e julgamento, QUEM ESTIVER ENVOLVIDO NA TRADUÇÃO DOS VOLUMES SACROS, ou que mantém reuniões secretas, ou que pregue sem a autorização dos superiores; contra quem o processo deve ser iniciado sem qualquer permissão para apelo” (J.P. Callender, Illustrations of Popery, 1838, p. 387). Inocêncio declarou “que como pela lei antiga, o animal que tocasse o monte santo era apedrejado até a morte, assim simples e iletrados homens não eram autorizados a tocar na Bíblia ou fazer qualquer ato de pregação de suas doutrinas” (Schaff, History of the Christian Church, VI, p. 723).

(2) O Concílio de Toulouse (1229) PROIBIU OS LEIGOS DE POSSUIR OU LER TRADUÇÕES DO VERNÁCULO DA BÍBLIA (Allix, Ecclesiastical History, II, p. 213). Este concílio ordenou que “os bispos deveriam nomear, em cada paróquia um sacerdote e dois ou três leigos, que deveriam se engajar sob juramento, para fazer uma busca rigorosa a todos os hereges e seus cúmplices, e para essa finalidade vistoriar cada casa, do sótão a adega, juntamente com todos os lugares subterrâneos, onde eles poderiam esconder-se” (Thomas M’Crie, History of the Reformation in Spain, 1856, p. 82).  Eles também buscavam por Bíblias ilegais.

(3) O concílio de Tarragona (1234) “ORDENOU QUE TODAS AS VERSÕES DO VERNÁCULO DEVERIAM SER TRAZIDAS AOS BISPOS PARA SEREM QUEIMADAS” (Paris Simms, Bible from the Beginning, p. 1929, 162).

(4) Em 1483, o infame inquisidor general Tomás de Torquemada, iniciou seu reinado de terror como chefe da inquisição espanhola; o rei Fernando e sua rainha “PROIBIRAM TODOS, SOB SEVERAS PENALIDADES, DE TRADUZIR A ESCRITURA SAGRADA PARA O DIALETO POPULAR, OU DE USÁ-LA QUANDO TRADUZIDA DE OUTROS IDIOMAS” (M’Crie, p. 192). Por mais de três séculos a Bíblia na linguagem comum foi um livro proibido na Espanha e milhares de cópias foram queimadas nas fogueiras, junto com aqueles que as possuíam.

(5) Na Inglaterra, também, leis foram emitidas pelas autoridades católicas contra as Bíblias vernaculares. As Constituições de Thomas Arundel, emitidas em 1408 pelo arcebispo de Canterbury, fez essa impetuosa demanda: “POR ISSO, DECRETAMOS E ORDENAMOS QUE NENHUM HOMEM, DAQUI POR DIANTE, POR SUA PRÓPRIA AUTORIDADE, TRADUZA QUALQUER TEXTO DA ESCRITURA PARA O INGLÊS, OU QUALQUER OUTRA LÍNGUA, por meio de livro, folheto, ou tratado, agora recentemente estabelecido no tempo de John Wyclife, ou depois, ou que venha a ser estabelecido, em parte do todo, ou privada e abertamente, sob pena de excomunhão maior, até a referida tradução ser permitida pela autoridade do lugar, ou, se o caso assim exigir, pelo concílio provincial” (John Eadie, The English Bible, vol. 1, 1876, p. 89). Observe a consideração de Arundel do homem que deu ao povo de fala inglesa a sua primeira Bíblia: “Este pestilento miserável John Wycliffe de memória condenável, um filho do diabo, e ele mesmo um pupilo do antiCristo, que enquanto viveu, andou na vaidade da sua mente … coroando sua maldade traduzindo as Escrituras para a língua materna” (Fountain, John Wycliffe, p. 45).

(6) Papa Leão X (1513-1521), que se opôs contra os esforços de Lutero em seguir o preceito bíblico de fé e Escrituras somente, iniciou o quinto Concílio de Latrão (1513-1517), que denunciou que nenhum livro devesse ser impresso, exceto os aprovados pela Igreja Católica. “POR ISSO, PARA SEMPRE E A PARTIR DE AGORA, A NINGUÉM DEVE SER PERMITIDO IMPRIMIR QUALQUER LIVRO OU ESCRITO, SEM UMA AVALIAÇÃO PRÉVIA, PARA SERVIR DE TESTEMUNHO POR ASSINATURA MANUAL, PELO VIGÁRIO PAPAL E MESTRE DO SAGRADO PALÁCIO EM ROMA, e em outras cidades e dioceses pela Inquisição, e o bispo ou um perito por ele nomeado. POR NEGLIGÊNCIA DESTA, A PUNIÇÃO ERA A EXCOMUNHÃO, A PERDA DA EDIÇÃO, QUE ERA PARA SER QUEIMADA, uma multa de 100 ducados para a construção da basílica de São Pedro, e a suspensão de negócios por um ano” (Henry Lea, The Inquisition of the Middle Ages).
(7) Essas restrições foram repetidas pelo Concílio de Trento em 1546, que colocaram as traduções da Bíblia, como a alemã, espanhola e inglesa, na sua lista de livros proibidos, bem como proibidos a qualquer pessoa de ler a Bíblia sem a licença de um bispo católico ou inquisidor.

Roma também perseguiu os seguidores de Wycliffe, os lolardos, aprisionando-os e condenando muitos deles à morte. A torre dos lolardos em Londres foi assim chamada porque é um dos lugares onde eles foram presos e torturados. Era ilegal possuir uma cópia da Bíblia de Wycliffe, e a maioria das inestimáveis Escrituras manuscritas foram queimadas.