
A geração dos anos de 1960: o peso de uma herança
Eu vivi nos anos 70 toda a minha adolescência.
A roupa mais comum entre o pessoal da classe media, era uma calça Lee desbotada e importada, porque não existia nas nacionais o mesmo brim…
O famoso índigo blue nacional, só veio aparecer na praça sem ser contrabando em 78 trazido pela São Paulo Alpargatas, uma calça chamada USTOP. Uma camiseta branca ou mini-blusa…
Camisetas costuradas para parecerem que estavam do avesso. Roupas tipo indiana, com enfeites e cheias de espelhinhos.
Calçávamos tênis, tamanco ou chinelos feito de pneu de carro.
Namorávamos bastante, mas uma coisa mais calma… Tocar nos seios de uma moça, era o máximo de uma conquista, e se alguém soubesse, ninguém mais queria namorar com ela.
Ah…As calças tinham as bocas bem largas, e em certo tempo, os sapatos tinham uma sola enorme com o salto também. (ridículo, mas era a moda)
Nossos passa tempos prediletos eram ficar acordado à noite toda indo a algum baile de formatura, escutar musica na casa dos amigos, jogar ping pong, futebol no campinho ou na escola; pensávamos que no ano 2000 ia ser tudo igual, como você devem imaginar do ano 2500. Muito futurismo.
Queríamos nos formar (mas sem estudar.rs), trabalhar e casarmos com aquela menina(o) toda(o) certinha(o) que tinha na nossa rua ou na nossa classe. Nos apaixonávamos até pela nossa sombra, e sempre era uma amiga ou amigo quem chegava na outra parte para intermediar o primeiro encontro. RSRSRS
Não tínhamos celulares, e raro era quem tinha telefone em casa.
Saíamos a hora que queríamos (dependendo do bairro), e só nos preocupávamos em levar a caderneta escolar ou carteira de trabalho, porque se a policia te parasse, e você não tivesse identificação, táva preso sem choro nem vela.
Podíamos ter amizade com outro menino ou rapaz e até andarmos o tempo todo juntos sem sermos chamados de gays… Podíamos ter amizades sim. Dávamos os acentos as senhoras e senhores nos coletivos.
Televisão era preto e branco, e a programação ia ate a meia noite e depois encerrava.
Não tínhamos efeito estufa, nem computadores, só jogos de tabuleiros e estávamos sempre em turmas de moços e moças.
Que pena que acabou!
Comparado ao jovens de hoje, creio que vivemos melhor porque não tínhamos que absorver tantas informações ao mesmo tempo. Amadurecíamos no tempo certo; amor era bonito, sexo era muito desejado, mas tinha o momento certo. Só quando casasse.
Nunca fomos hipócritas, mas sempre procuramos maquiar nossa franqueza, para não magoarmos os demais… Não tínhamos medo de dizer “eu te amo” e nem de sofrer por amor. Tempo em que homens e mulheres se davam o devido valor.
Esse era MEU BRASIL nos anos 70!
Hoje estou com 66 anos e não me importo de dizer minha idade, todos vão envelhecer um dia.
E Viva o Corinthians sou fiel até o fim!